domingo, 31 de agosto de 2014

A dor de uma saudade...


Meus cabelos soltos ao vento,
Longe vai meu pensamento
À tua procura...

A terra quente,
O chão ardente,
Ardente o meu coração
Que espera por ti...
Meu coração te espera...

Vida minha,
Vida minha...
Dói em mim uma saudade,
Uma saudade vive em mim...

Quisera te encontrar,
Quisera te abraçar,
Quisera viver contigo... 

(Poesia: Bete Diniz - Taperoá - PB - Foto: Ari Diniz - Cabedelo - PB)

sábado, 30 de agosto de 2014

Cutia



Classificação científica:
Domínio: Eukariota
Reino:  Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Infraordem: Caviomorpha
Família: Dasyproctidae
Gênero: Dasyprocta

Características: 
A cutia é um animal com pelagem que apresenta um efeito especial, chamado eumelamina, que produz ilusão de ótica, pois cada pelo possui zonas de várias cores, desde a branca a castanho escuro.

É herbívora, alimentando -se de frutas, folhas e sementes. Vive em capoeiras e matas virgens no Brasil e países da América do Sul. Pesa em torno de 1,5 a 2,8 kg, mede  de 49 a 64 cm, tendo a  cauda curta e nua com 1,5 cm de comprimento. Possui membros anteriores menores do que os posteriores, com 4 dedos funcionais usados para levar o alimento à boca. As extremidades posteriores possuem 3 dedos desenvolvidos, com unhas cortantes, parecidos com pequenos cascos, que a ajudam a saltar até 6 metros

Comunica-se pelo olfato e pela audição. Deixa odores, produzidos por uma glândula retal e a urina, espalhados para marcar seu território, achar os alimentos, que enterra em períodos escassos, além de identificar os membros do seu grupo.
Cada macho possui em média 6 fêmeas. A gestação da cutia dura 104 dias, nascendo de 1 a 3 filhotes, sendo geralmente 2 por vez. Os filhotes nascem com o corpo peludo, olhos abertos e se locomovem facilmente. Seus maiores predadores são as onças e jaguarundis.   

(Texto: Bete Diniz - Taperoá - PB - foto e pesquisa: internet)

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Vigia


Olhos atentos,
Luzes que brilham na escuridão;
Mente concentrada,
Não aceita erros, desilusão...

Traz na força do braço e da mente
A vontade do coração;
Não desiste da luta, nem teme a morte,
Pois o amor é maior do que ela...

Segredo de viver bem
É não contar que se apaixonou;
Viver esse amor como o único de uma vida;
Em tudo ser leal, fiel; em tudo ser gentil...

Amo-te, amo-te, amo-te,
E nada temo; apenas vigio...

(Poesia e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)

domingo, 24 de agosto de 2014

Se não fossem os nordestinos...


Fico imaginando as dores que a gente passa na vida,
O corre-corre do dia até ao anoitecer;
É o feijão para plantar e colher,
A batata-doce para arrancar do chão,
E, à noite, sem descansar, tocar violão,
Pois a Lua nordestina nos traz a poesia ao coração...

Lá do mato a gente escuta a coruja piar,
A raposa invadir o galinheiro; 
O cachorro latindo lá no quintal
Tira o sossego da gente,
E lá vem uma estrela cadente rasgando o céu,
Fazendo a gente pedir uma prece a ela, em nome de Nosso Senhor...

Às vezes a gente se lamenta e diz: vou embora daqui, eu vou;
Mas ao mesmo tempo olha o céu azul, 
O Sol amarelinho reinando na terra espinhenta;
E aí a gente diz: somente aqui eu sou feliz!
E lembra os amigos de infância que se danaram no mundo
Para vencer na vida, ter um carro e um sotaque mais admirado,
Pois o oxente, coitado, já diz que a gente é sofredor...

Lá em outras terras os amigos levantam arranha-céus,
Comem carne três vezes ao dia, alface, couve-flor;
De noite dormem com as buzinas dos carros e motos zoando a madrugada,
Como se fossem casacas-de-couro em noites enluaradas dormindo mal... 
E os amigos se espalham por todos os recantos do Brasil,
Construindo estradas, pontes, arranha-céus que jamais serão seus,
E ainda sofrem perseguições,
Pois os nordestinos são tidos como preguiçosos e analfabetos!
Mas, ai, Deus do céu,
O que seria do Brasil se não fossem os nordestinos
Que se enfileiram em fábricas, batem cartão de ponto,
Varrem as ruas dos grandes centros urbanos,
Gritam nas feiras livres para chamar o freguês,
Nas padarias, fabricam o pão francês...
Há, se não fossem os nordestinos,
O que seria do nosso País?

(Poesia e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Nuvem-redemoinho


Olhar o céu
E descobrir cada desenho...
A gente vê bois, cachorros, gatos, redemoinhos;
A gente descobre que o céu é repleto de caminhos,
Florestas, abismos, mundos e coisas invisíveis,
Que só com o olhar apurado se pode perceber... 

O silêncio do espaço sideral
Contrasta com o barulho do planeta:
Buzinas, latidos, gritos, pedras sendo quebradas,
Crianças rindo às gargalhadas...
Entre o céu e a terra há um mistério fenomenal...

E foi assim que, outro dia, olhando o céu,
Deparei-me com uma nuvem de desenho esquisito;
Fotografei-a e a chamei de nuvem-redemoinho,
Pois ela me pareceu um redemoinho com um fantasma dentro...

(Poesia e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Lula Lá


Passa o tempo e tanta gente a trabalhar 
De repente essa clareza pra votar 
Quem sempre foi sincero e confiar 
Sem medo de ser feliz, quero ver chegar 
Lula lá, brilha uma estrela. 
Lula lá, cresce a esperança 
Lula lá, o Brasil criança 
Na alegria de se abraçar 
Lula lá, com sinceridade 
Lula lá com toda certeza 
Pra você, meu primeiro voto 
Pra fazer brilhar nossa estrela 
Lula lá é a gente junto 
Lula lá valeu a espera 
Lula lá, meu primeiro voto 
Pra fazer brilhar nossa estrela.

(Lula-Lá - compositor: Hilton Acioly - Jingle da campanha presidencial de Lula - 1989)  

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Não importa


Não importa se a vida um dia vai ter fim,
Pois vivo um dia de cada vez,
Feliz....

Coisas bonitas há no mundo,
Como o Sol que nasce todo dia;
Como ele nasce e morre todo dia,
Todo dia renasce no horizonte...

Se a chuva vem,
Não é lágrima, dor;
É a semeadura de uma nova alegria,
De uma nova vida, de um novo ser...

E como as sementes brotam do chão,
Brota em mim uma nova criatura
Todo dia, todo dia...
(Poesia e foto: Bete Diniz - Taperoá -PB)

sábado, 16 de agosto de 2014

O reino de um bom rei


Havia um reino onde o seu rei era muito bom,
Que cuidava de todos, principalmente dos mais humildes.
Por ser muito grande, o rei dividiu seu reino em províncias
E nomeou vice-reis para reinar sobre elas...

O reino prosperava sobre outros reinos,
E chamava a atenção do mundo o modo como o rei governava...

Mas o rei tinha uma vaidade:
Havia uma província que ele amava mais do que as outras,
E ao vice-rei dela ele o fez o mais amigo, o mais próspero,
E aquela província acabou recebendo mais benefícios do que as outras...

Passado um tempo,
O vice-rei daquela província amada do rei
Achou que podia ser mais do que o rei,
E reinar sobre todo o reino... 

Começou, então, aquele vice-rei, a viajar por todo o reino
Difamando o rei, seu grande amigo e aliado;
Dizia ele que o rei não cuidava bem do seu reino
E deixava seu povo na miséria e no atraso...

Com belas palavras, belas roupas, 
O vice-rei começou a encontrar simpatizantes,
Mas o rei continuou humilde, 
Deixando que seu vice-rei fosse livre em suas palavras e ações... 

Certo dia, porém,
O vice-rei daquela província amada foi fazer mais uma daquelas viagens difamatórias
Para se tornar notório e conseguir seu intento de ser o rei daquele reino inteiro...

Tudo corria bem pelo caminho, 
Até que a floresta por aonde ele passava ficou densa e escura,
E a águia da morte carregou o vice-rei em suas garras para além do arco-íris,
Para um lugar misterioso e sem volta...

Seus súditos ficaram confusos, sofridos, lastimosos
Por não compreenderem o que se passava naquele momento
E como seria dali em diante seguir sem seu líder...

Seguindo firme, humilde, calado em seu coração e em sua voz,
O rei lamentou a partida do vice-rei,
Mas, como a vida segue seu curso e ninguém é insubstituível,
Nomeou outro vice-rei para aquela província amada...

Moral da história: quem tudo quer, tudo perde. 

 (Poesia: Bete Diniz - Taperoá - PB - foto: internet)

Saudade (Gilka Machado)


De quem é esta saudade
Que meus silêncios invade,
Que de tão longe me vem?
  
De quem é esta saudade,
De quem?
  
Aquelas mãos só carícias,
Aqueles olhos de apelo,
Aqueles lábios-desejo...
  
E estes dedos engelhados,
E este olhar de vã procura,
E esta boca sem um beijo...
  
De quem é esta saudade
Que sinto quando me vejo?

(Poesia - Gilka Machado - in Velha poesia, 1965 - foto: Maria José de Farias - Praia do Boqueirão - Praia Grande - São Paulo)

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Reflexões (Madre Teresa de Calcutá)


O dia mais belo? - Hoje.
A coisa mais fácil? - Errar.
O maior obstáculo? - O medo.
O maior erro? - O abandono.
A raiz de todos os males? - O egoísmo.
A distração mais bela? - O trabalho.
A pior derrota? - O desânimo.
Os melhores professores? -  As crianças.
A primeira necessidade? - Comunicar-se.
O que mais lhe faz feliz? - Ser útil aos demais.
O maior mistério? -  A morte.  
O pior defeito? - O mau humor.
A pessoa mais perigosa? - A mentirosa.
O sentimento mais ruim? - O rancor.
O presente mais belo? - O perdão.
O mais imprescindível? - O lar.
A rota mais agradável? -  A paz interior.
A proteção efetiva? - O sorriso.
O melhor remédio? - O otimismo.
A maior satisfação? - O dever cumprido.
A força mais potente do mundo? - A fé.
As pessoas mais necessárias? - Os pais.
A mais bela de todas as coisas? - O amor.

(Texto: Madre Teresa de Calcutá - Foto: Maria José de Farias - Praia Grande - São Paulo) 

domingo, 10 de agosto de 2014

A Pátria (Olavo Bilac)


Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! 
Criança! Não verás nenhum país como este! 
Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta! 
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, 
É um seio de mãe a transbordar carinhos. 
Vê que vida há no chão! Vê que vida há nos ninhos, 
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos! 
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! 
Vê que grande extensão de matas, onde impera 
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!

Boa terra! Jamais negou a quem trabalha 
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Quem, com o seu suor a fecunda e umedece, 
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!

Criança! não verás país nenhum como este: 
Imita na grandeza a terra em que nasceste!

(Poesia: Olavo Bilac - foto: Bete Diniz- Taperoá - PB - Praia de Cabedelo - PB)

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Vem dizer-me agora


Vem dizer-me agora,
Sussurra-me ao ouvido
Que me amas por inteiro;
Por inteiro, meu amor, dize-me ao ouvido...

Os pássaros amam sob a sombra das árvores,
No ar eles cantam a glória desse amor;
Temos pouco tempo para nós,
Pois ele é infinito em termos de eternidade...




Manda-me um e-mail, um torpedo,
Mas guarda isso como segredo
Pois ninguém deve saber que te amo...

Ninguém deve saber do nosso amor
Para que a inveja não nos faça morada,
Pois ela destrói as flores dos jardins... 

(Poesia e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Rondó da liberdade (Carlos Marighella)


É preciso não ter medo,
É preciso ter a coragem de dizer. 

Há os que têm vocação para escravo,
Mas há os escravos que se revoltam contra a escravidão. 

Não ficar de joelhos,
Que não é racional renunciar a ser livre.
Mesmo os escravos por vocação
Devem ser obrigados a ser livres,
Quando as algemas forem quebradas. 

É preciso não ter medo,
É preciso ter a coragem de dizer.

O homem deve ser livre...
O amor é que não se detém ante nenhum obstáculo,
E pode mesmo existir quando não se é livre.
E no entanto ele é em si mesmo
A expressão mais elevada do que houver de mais livre
Em todas as gamas do humano sentimento. 

É preciso não ter medo,
É preciso ter a coragem de dizer.

(Poesia: Carlos Marighella - Foto: Belino Diniz - Monte Azul Paulista - SP)

domingo, 3 de agosto de 2014

Saudade do sertão


Era o riso nas escolas,
As cantigas de roda,
O banho de Sol todas as manhãs...

Sentada à beira da calçada,
Jogando conversa fora, ao pôr-do-sol,
Ouvindo o canto dos pássaros,
Rememorando o primeiro beijo do primeiro amor...

O meu sertão de céu multicor,
Um quê de verdade,
O dedo do Nosso Senhor...

O cheiro de mato verde,
À noitinha, a Lua prateada
Iluminando as raposas-do-campo
Caçando sua presa, até à madrugada...

Sou eu sentindo saudade
Da vida que já vivi e não a tenho mais;
Já se foram tantos amigos e parentes
Cantar canções em cidades astrais...     

(Poesia e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)