quarta-feira, 30 de abril de 2014

Aonde vai você


Aonde vai você
Vai com você o que você quer,
Porque onde está você
Está seu corpo e seu espírito,
Mesmo que seu pensamento esteja longe...

Embarcando em devaneios,
Lutando com seu corpo físico,
Tudo representa como você está,
Corpo, mente e espírito: 
Você como um todo, 
Ser humano transcendental...

O ser que deseja tudo de bom na Terra,
Deseja também morar em lugar empíreo,
Viver eternamente coroado como rei, aureolado,
Mesmo sabendo que o corpo o solo encerra... 

(Poesia: Bete Diniz - Taperoá - PB - Foto: Carlos Diniz - Rio de Janeiro - RJ) 

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Mulher paraibana


Ela é paraibana cabra da peste,
Filha do Brasil, filha do nordeste
Com sabor de manga e jabuticaba...

Pernas torneadas,
Nariz afilado,
Vive dando trabalho, muito cuidado,
Por ser modelo de mulher apaixonante e apaixonada...

Cabelos cacheados,
Saia curta, short apertado,
Barriguinha de fora, olhar penetrante,
Riso caprichoso, amor apimentado:
É assim que ela anda, é assim que ela é...

(Poesia e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

sábado, 26 de abril de 2014

Amor...


O sono chega,
Chegará o segundo Sol?
O mar invadirá a terra,
O mar de amor meu amor teu será...

A simbologia da cartomante,
A astrologia meu futuro decifrará?
No Antigo Egito cantava Akhenaton
Seu amor à sua rainha Nefertite,
Sua senhora do céu e da Terra...

Por querer reinos demais
Cleópatra amou dois guerreiros romanos
Porém seu amor se perdeu, sua vida perdeu
E seu Egito à Roma se rendeu...

(Poesia: Eliza Ribeiro - foto: Nanan - Taperoá -PB)

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Não sou livre



Não sou livre
Como os pássaros que voam,
Como os sons que ecoam, irradiando o espaço,
Mas sigo teus passos
E sou feliz assim...

Jamais caminharei sozinha
Entre flores e sonhos loucos,
Mas aos poucos sigo um passo por vez....

Ao encontro do teu amor sempre seguirei,
Pois desejo o sabor dos teus lábios
E abraçar-te como jamais a alguém abracei... 

(Poesia e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

sábado, 19 de abril de 2014

Onde dormem meus ancestrais

Mesmo que eu viaje nas asas do vento
Ou nas teias do pensamento
Voltarei para aonde nasci...

Pois lá corri de pés descalços
Pelas ruas quentes do Sol,
Tomei banho de chuva
E vi pela primeira vez a Lua Cheia
E o céu pontilhado de estrelas... 

Mesmo que eu corra o mundo inteiro,
Por toda a minha vida viva distante,
À minha terra voltarei no último instante
Para descansar onde descansam meus ancestrais...

Somente assim minha vida terá sido completa;
Minha alma descansará, de paz repleta,
Dormindo onde dormem meus ancestrais...

(Poesia e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

Segue comigo

Lembre-se de mim,
Meu bem,
Quando o Sol nascer,
A primavera colorir o mundo
E todo o nosso ser...

Vem sentir o perfume do vento,
O barulho do vento
Sussurrando ao mundo nossas palavras de amor...

Segue comigo todos os horizontes
Como os pássaros
Que voam acima dos montes
E não temem a queda... 

(Poesia e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB) 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Esquerda, direita...


As dores atuais
São as mesmas dantes:
Soldados armados até os dentes
Em busca de opositores...

Exércitos não procuram no mar
Garrafas mensageiras nem sereias;
Procuram submarinos nucleares...

Pelos desertos,
Soldados marcham em fileiras geladas
Pilhando pedras do caminho:
Pessoas, animais, bandeiras queimadas...

E os homens não sabem aonde seguir:
Esquerda, direita, 
Esquerda, direita, volver!

(Poesia e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB) 

Eu te amo mesmo, mesmo...

Eu te amo mesmo, mesmo,
E passe o tempo que passar,
Em toda eternidade do meu olhar
Podes crer, eu te amo mesmo, mesmo...

Voar nas asas da asa branca,
Ou do bem-te-vi
Com sua alegre melodia que encanta;
Faz-me voar para ti...



Em noites mágicas do nosso amor,
Cada noite, sempre como a primeira,
Revirando o quarto, o amor, o coração
Entre roupas e palavras verdadeiras...

Eu te amo mesmo, mesmo,
E são para ti meus pensamentos
E a minha vida é tua
Com a força do amor, do encantamento,
Meu único e derradeiro amor, 
Sob o trono da Lua... 

(Poesia e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Acordo de noite (Fernando Pessoa - Alberto Caeiro)


Acordo de noite subitamente, 
E o meu relógio ocupa a noite toda. 
Não sinto a Natureza lá fora. 
O meu quarto é uma cousa escura com paredes vagamente brancas. 
Lá fora há um sossego como se nada existisse. 
Só o relógio prossegue o seu ruído. 
E esta pequena cousa de engrenagens que está em cima da minha mesa 
Abafa toda a existência da Terra e do céu... 
Quase que me perco a pensar o que isto significa, 
Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca, 
Porque a única cousa que o meu relógio simboliza ou significa 
Enchendo com a sua pequenez a noite enorme 
É a curiosa sensação de encher a noite enorme 
Com a sua pequenez... 

(Poesia: Fernando Pessoa - Alberto Caeiro - Foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

domingo, 13 de abril de 2014

Coração valente (Clara Nunes)

Coração, coração, coração;
Meu coração padece e viceja,
Vence a correnteza
E afasta esse mal.
Coração valente
Resiste e não cai,
Navega no rio dos fortes;
Seguindo ele vai.
Meu coração poeta descansa
Sobre a esperança
Que os sonhos contêm;
Sem temer o medo
Nos versos tão seus,
Tu chegas, coração, aos pés de Deus.
Coração que pensa em ser feliz
Quando alguém vem sem razão e diz:
“Não luta, coração”,
E coração combate,
Levanta, sai feliz e bate, coração!

(Clara Nunes - autores: Roque Ferreira/Edil Pacheco
Disco: "Clara" - 1981 - EMI-Odeon 062 421224 -
Fotos do vídeo: internet e Bete Diniz)

sábado, 12 de abril de 2014

A terra desolada - trecho - (T.S. Eliot)

Cidade irreal,
Sob a fulva neblina de uma aurora de inverno,
Fluía a multidão pela Ponte de Londres, eram tantos,
Jamais pensei que a morte a tantos destruíra.
Breves e entrecortados, os suspiros exalavam,
E cada homem fincava o olhar adiante de seus pés.
Galgava a colina e percorria a King William Street,
Até onde Saint Mary Woolnoth marcava as horas
Com um dobre surdo ao fim da nona badalada.
Vi alguém que conhecia, e o fiz parar, aos gritos:
"Stetson,
Tu que estiveste comigo nas galeras de Mylae!
O cadáver que plantaste ano passado em teu jardim
Já começou a brotar? Dará flores este ano?
Ou foi a imprevista geada que o perturbou em seu leito?
Conserva o cão à distância, esse amigo do homem,
Ou ele virá com suas unhas outra vez desenterrá-lo!
Tu! Hypocrite lecteur! - mon semblable -, mon frère!"  

(Poesia: T. S. Eliot - foto: Internet)  

A tua ausência

Desculpa-me,
Chove lá fora,
Relampeja, troveja...

Queria segurar tua mão,
Estás longe,
Estás nas estrelas...

Pai, saudade, saudade...




Na minha memória,
Ainda sinto o toque das tuas mãos,
A tua voz suave ainda escuto,
Dizendo-me coisas bonitas, conselhos...

Fecho meus olhos e te sinto perto,
Mas quando os abro e não te vejo
Fico me perguntando:
O que isso significa, a tua ausência?

(Poesia e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Solidão de um ser

Lá do alto, enrolado em vida,
Um beija-flor solitário...

Imagina, pois, seu ninho materno,
Ou, quem sabe, seu ninho matrimonial...

Escreve o cientista em formulário
Sua vida, seu ser: 
Mede tantos centímetros,
Pesa tantos gramas...


O primeiro, solitário,
Preocupa-se, talvez, em ser feliz, apenas;
O segundo, com certeza, se preocupa apenas
Em coletar informações do solitário ser,
Para ganhar fama por tal trabalho...

(Poesia e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

domingo, 6 de abril de 2014

Tempo de decomposição de materiais:

Cascas de frutas: 3 meses.
Chiclete: 5 anos.
Garrafa de plástico: 100 anos.
Jornal: 2 a 6 semanas.
Latas de alumínio: 100 a 500 anos.
Nylon: 30 a 40 anos.
Palito de fósforo: 6 meses.
Papel: 3 meses.
Pilha: 100 a 500 anos.
Ponta de cigarro: 1 a 2 anos.
Sacos e copos plásticos: 200 a 450 anos.
Tampas de garrafas: 100 a 500 anos.
Tecido: 100 a 400 anos.
Vidro: 4.000 anos.

(Texto e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Pesquisa: internet)

terça-feira, 1 de abril de 2014

Apenas um adeus (Clara Nunes)

Apenas um adeus não apagará
Um coração em chama;
Apenas quem lhe chama sou eu, sou eu,
Apenas quem lhe ama.

Só quem mexe na terra
Sabe o cheiro do chão;
Só quem faz uma guerra
Sabe o gosto da razão.
Pagando em começo,
Vem o troco no fim;
Eu sou mais esse apreço
Que você fez de mim.
Eu sou mais os meus olhos
Nesta festa de esperar;
Afinal, querida amiga,
Quem vai enxugar o mar?

Apenas um adeus não apagará
Um coração em chama;
Apenas quem lhe chama sou eu, sou eu,
Apenas quem lhe ama.

Esta felicidade
Que o amor ensinou
Não vai ser só saudade,
Não vai ser só desamor.

As noites vão compridas
No passo da manhã;
Façamos das feridas
O nosso talismã.
Fizemos tanta coisa
Que no peito acontece!
Não se faz um adeus
Num coração que não esquece.

(Clara Nunes – autores: Paulinho Diniz/Roque Ferreira/Edil Pacheco)
Disco: "Esperança" - 1979
EMI-Odeon - 062 421168 - Fotos do vídeo: internet