domingo, 20 de janeiro de 2013

Aristóteles



Aristóteles nasceu em Estagira, na Trácia, Grécia, no ano 384 a.C. Aos 17 anos de idade mudou-se para Atenas, onde estudou filosofia na Academia de Platão durante 20 anos. Elegante no comportamento e na indumentária, e inteligente, fizeram dele o discípulo predileto de Platão. 
Quando Platão morreu, em 347 a.C., Aristóteles seria seu substituto na Academia, por ter escrito obras que aprofundaram e até modificaram a filosofia do mestre, mas foi rejeitado por não ser natural de Atenas. Decepcionado, mudou-se para Assos, atual Turquia. Lá, trabalhou como conselheiro de estado de um antigo colega, o filósofo-político Hermias, e casou-se com uma filha adotiva deste, chamada Pítia. Com a morte de Hermias, Aristóteles foi convidado, no ano 343 a.C., por Filipe II da Macedônia, para ser o preceptor do seu filho Alexandre, e por isso ficou na corte por 4 anos. 
No ano 335 a.C., Aristóteles retornou para Atenas, onde fundou sua própria escola, perto do templo de Apolo Lício, e por causa dessa proximidade a escola tornou-se conhecida pelo nome de Liceu. Lá, realizou estudos sobre geometria, física, botânica, zoologia, astronomia, medicina, psicologia, política, drama, poesia, retórica, matemática e lógica. A escola foi apelidada de Peripatética, pois o mestre dava aulas andando de um lado para outro. 
Com a morte de Alexandre no ano 323 a.C., Aristóteles mudou-se para Cálcia, Eubeia, pois era mal visto pelos atenienses. Um ano depois, foi condenado à morte pelo Areópago, acusado de impiedade, por ter ofertado aos seus falecidos sogro e esposa honras devidas à deusa Ceres. Mas Aristóteles morreu antes da execução da sentença, no mesmo ano de 322 a.C., talvez de morte natural ou envenenamento voluntário. Em seu testamento determinou a libertação dos seus escravos, talvez a primeira carta de alforria da história. Antes de falecer, disse: “Ó causa das causas, tem piedade de mim!”.    
De suas 400 obras, apenas restaram 47, e 100 ficaram incompletas. As principais são: “Organon”, conjunto de obras sobre lógica, divididas em: “Interpretação”, “Categorias”, “Analíticos”, “Tópicos”, “Elencos sofísticos” e 14 livros de “Metafísica”, que Aristóteles chamava de “Prima Filosofia”. Também obras de Filosofia da natureza: “Sobre o céu”, “Sobre os meteoros”. 8 livros de “Lições de Física” e outros Tratados de História e Vida dos animais. Os de Filosofia Prática: “Ética a Nicômano” “Ética a Eudemo”, “Política”, “Constituição Ateniense e outras constituições” e os poéticos “Retóricas” e “Poética”. 
   Para os estudiosos, a filosofia de Aristóteles está dividida em 3 partes: “Metafísica” (A natureza de Deus), “Ética” (do Homem) e “Política”, (do Estado). 
Para Aristóteles, a existência de Deus é provada pela origem do movimento, pois tudo que se move é provocado por um movimento anterior, e haverá sempre um movimento anterior em tudo, até chegar a um Ser imóvel, perfeito em tudo, auto-suficiente, que impulsiona tudo ao movimento. Ele afirmava também que o maior objetivo do homem é atingir a felicidade, e a felicidade consiste em ser bom primeiramente para os outros e depois para si mesmo. E se para ser feliz é preciso fazer o bem aos outros, então o homem é um ser social e, portanto, um ser político. Afirmava também que é obrigação do Estado promover o bem-estar dos seus governados. 
Considerava que a melhor forma de governo é a constitucional, porque “permite a cada homem exercitar suas melhores habilidades e viver o mais agradavelmente os seus dias”. Sem constituição, um governo será sempre arbitrário, quer seja de um (tirania), ou de poucos (oligarquia). 
Defensor da virtude, dizia que ela é uma prática e não herdada da natureza, nem o conhecimento é virtuoso. Ela deve ser praticada diariamente e deve ser adquirida na escola. Também considerava a família o núcleo inicial da organização das cidades e a primeira base educacional das crianças, e era dever do Estado garantir que elas crescessem saudáveis e com obrigações civis, e que o Estado deveria ser o único responsável pelo ensino.  

Pensamentos de Aristóteles:
* O homem verdadeiramente previdente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz. 
* O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra. 
* O sábio busca a ausência do sofrimento e não o prazer. 
* A virtude é o meio mais justo entre dois efeitos. 
* A esperança é um sonho do homem acordado. 
* Ama-se mais o que se conquista com esforço.  
* A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las.  
* Toda e qualquer fonte de movimento no mundo, seja uma pessoa, seja uma coisa, seja um pensamento, é um “motor movido”. Dessa sorte, o arado move a terra, a mão move o arado, o cérebro move a mão, o desejo de alimento move o cérebro, o instinto da vida move o desejo de alimento, e assim por diante. Em outras palavras, a causa de todo movimento é o resultado de outro movimento qualquer, o amo de todo escravo é escravo de algum outro amo. O próprio tirano é escravo de sua ambição. Deus, no entanto, não pode ser resultado de nenhuma ação. Não pode ser escravo de amo nenhum. É a fonte de toda ação, o amo de todos os amos, o instigador de todo o pensamento, o “motor não movido do mundo”.  

Bibliografia: 
ENCICLOPÉDIA Semanal Ilustrada Conhecer. Vol5, fascículo 56, pág. 1120. São Paulo, Abril, 1966. 
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. 13ª ed. Vol. II. Porto Alegre, Globo, 1974. 
DICIONÁRIO Universal de Curiosidades. Vol. 1, pág. 163. São Paulo, Cil S.A., 1968. 
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)

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